17 maio 2010

O pardal

Eu sabia perfeitamente no que me estava a meter. Menino giro, com uma vespa, barba e sorriso malandro. Tinha sacana escrito na testa. E no braço. E nas pernas. E em todo o lado. E eu sabia onde me estava a meter. Mas fui na mesma, explorar, ver o que dava. Paixoneta aguda. Foi o sorriso malandro que me apanhou. E o nariz, torto mas perfeito por isso. E eu continuava a saber onde me estava a meter. E depois veio a necessidade da liberdade, a novidade tinha passado. E eu a ver tudo a acontecer à minha frente, a velocidade relâmpago. Os sinais, aqueles sinais, que tantas vezes mos deram que já os reconheço à distância. Não se pode tentar manter em cativeiro um pardal senão ele morre. E apesar da gaiola ser grande, do tamanho do mundo, o pardal precisa de voar (que puta de metáfora mais ranhosa...). Como eu estava a dizer: sabia perfeitamente no que me estava a meter...

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